Texto – Junior Samurai
Carlson Gracie completaria 80 anos de idade, nesta terça-feira, dia 13 de agosto, mas, como ele odiava o numero 13, só comemorava no dia 12. Coisas de Carlson Gracie, que era tranquilo, ambivertido (nem extrovertido, nem introvertido), sociável, de temperamento estável, nível de humor estável e desprovido de ambições por dinheiro.
Tinha também uma maneira peculiar de encarar os desafios e de agir. Possuía a impressionante habilidade de decorar palavras do dicionário, jogava carteado como poucos, amava briga de galos e era fã de música francesa. Sempre gesticulando bastante, com fala alta, criava teorias, apelidos e expressões usadas até hoje, como o famoso ‘creonte’, adjetivo destinado aos inimigos.
Rebelde, o mestre não se subordinava às regras. Voltado para as vitórias, sem muita disciplina, era um jogador.
Obsessivo por competições, Carlson se concentrou em formar um exército de lutadores, que dominou o cenário esportivo da modalidade por anos a fio. E nos certames, ele não fazia cerimônia. Se não concordava com algum resultado nas competições de Jiu-Jitsu, invadia o dojô. Às vezes, substituía o próprio juiz.
Se nos tatames ele foi consistente na formação de craques do Jiu-Jitsu, como Amaury Bitetti, Sergio Penha, Carlos Rosado, Peixotinho, Manimal, Gutenberg Melo, Wallid Ismail, Murilo Bustamante, Zé Mário Sperry, Ricardo De La Riva, Paulo Filho, Osiris Maia, Ricardo Cavalcanti, Vinicius Cruz, Marcelo Alonso, entre outros, nos ringues, Carlson fez história.
Entre os combates mais marcantes, derrotou Valdemar Santana, algoz do tio Helio, em 1956.
Carlson teria feito 80 anos hoje, e certamente o exímio lutador e notável professor ainda teria muito o que nos ensinar.
Saudades, grande mestre.
