O dia em que o repórter virou torcedor numa competição de Jiu-Jitsu

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Texto – JUnior Samurai

O Jiu-Jitsu faz parte da vida do jornalista Vitor Freitas. Além do talento de contar tudo que acontece na arte suave, o repórter da revista GRACIEMAG também é praticante da modalidade e sua irmã, Brenda Heller, é uma das feras da faixa-azul.

No último fim de semana, no ginásio José Correa, em Osasco, o destemido escritor deixou seu lado torcedor falar mais alto e se emocionou quando viu a mana conquistar a vaga para lutar o WPJJC em Abu Dhabi, com todas as despesas pagas. O MEIAGUARDA bateu um papo com o craque do jornalismo, que falou tudo sobre o momento mágico:

MEIAGUARDA – Como é dividir numa competição a função de repórter e torcedor da sua irmã?

Vitor Freitas – É sempre complicado. Mas não tem como esconder a emoção de ver minha irmã lutar, depois de tudo que nós passamos. Perdi meu pai muito novo, aos 16 anos tive que virar “homem” e cuidar da família. Meu pai foi vítima de assalto e minha mãe, que estava com ele no dia, foi baleada com oito tiros, mas sobreviveu. Para retomar a vida foi difícil, mas Deus e o Jiu-Jitsu me ajudaram. Essa conquista representa todo o suor derramado no tatame. Brenda sai de Itaborai para treinar em Niterói, cerca de uma hora de ônibus. A batalha diária faz a gente ser campeão. Agora conseguimos um patrocinio e ela viajou para o Europeu.

O que passou na sua cabeça ao ver sua irmã vencer a Seletiva?

Na hora, eu me emocionei bastante com a vitória dela. Eu estava tirando foto de outros atletas e quando olhei para a luta dela, o braço da mesma estava sendo erguido. Brenda é muito dedicada, foi mérito dela. Agora é treinar o dobro para as outras competições. Meu coração disparou na hora, não consegui segurar o choro. Quem viu, ficou emocionado junto comigo.

Enxergou um pedaço seu ali no tatame?

Vi um pedaço meu ali sim, um pedaço de garra, seriedade e força de vontade. Foi um momento mágico da vitória dela.

Quais os conselhos do repórter conhecedor dos atalhos da arte suave para a irmã?

Eu sempre digo para ela lutar pra frente, buscar os erros do adversário. Sempre indico lutas pra a mesma assisitir. E o namorado dela Marcio André ajuda bastante. Mesmo com a pouca idade, o moleque é um enciclopédia do Jiu-Jitsu. Eu faço de tudo para ser uma base atrás dela. Corro atrás de patrocínio, faço aquele marketing e ela retribuiu dentro do tatame.

Qual o recado final para ela?

Brenda, você é muito especial para mim. É meu tesouro, minha motivação. Eu busco o melhor sempre pensando em nós. Eu sonho junto com você, a gente vai almejar tudo que conseguimos.

Gostaria de agradecer alguém?

Quero agradecer o prefeito Helil Cardoso, de Itaboraí, a Cerâmica Sul América, Styllus Veículos, minha mãe, e o diretor da CNEC, Arthur Crispino.

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